sábado, 5 de janeiro de 2008

A piada da "teoria" da coisa

Nas palavras mais abrangentes do vocabulário, encontramos o substantivo 'coisa'. Com esta podemos definir tudo ou nada, e ter libertade absoluta de interpretação. A meu ver, é aí que reside o verdadeiro poder social da 'coisa', lançar o termo num qualquer contexto e obter as mais dispares reacções e interpretações!!!

Já a versão masculina da palavra 'coiso', apesar de ser vulgarmente aplicada para invocar algo de que não nos recordamos do nome, está irrefutavelmente associada a blasfémia!

Ao definir nada, pode até ser aplicada como insulto quando dirigida a alguém (na não definição do sujeito), por exemplo: "Aquela coisa falante!"

Até há quem interprete a injuria potenciada com a aplicação do tradicional diminuitivo também muito utilizado: 'coisinha'; a qual, mais uma vez mais em toda a sua potência mutante, poderá ser facilmente interpretada opostamente como um termo carinhoso, por exemplo: "Que coisinha fofa!".

Também há a quantificação como 'coisita' aparenta dar a ideia de algo pequeno em tamanho ou importância.

Curiosas as expressões em que na mesma frase a mesma palavra consegue ter vários significados: "Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa!", ou "Há coisas, e coisas!"... pois está claro!!!

Outra das aplicações mais comuns da palavra, confere-lhe o poder de código: "Sabes, aquela coisa de que falámos ontem!"

Recentemente um anúncio da TV por cabo colocou na boca do povo (que expressão linda) a frase: "Há coisas fantásticas, não há?". Ora lá está! A definição das coisas que são fantásticas está ao nosso critério. A campanha publicitária aposta fortemente na imagem das moças, e se perguntarem a algumas pessoas o que consideram ser a 'coisa' fantástica que anunciam, terão inúmeras respostas variadas, de todos os tipos, mas decerto alguém vai responder que é o próprio anúncio (moças) que é fantástico!

Experimentem e respondam aqui as diversas análises recolhidas.

E tentar explicar o significado da palavra a uma pessoa que não fale português, e nós não sabemos a palavra equivalente na língua que essa pessoa fala?

No fundo pode ser entendida como o que cada um quiser, e aplicada quando e como quisermos, porque no fim só quem usa o termo é que sabe o que é a 'coisa'!!! Tudo o resto é imaginação... Sendo o lugar comum: "Sabes uma coisa?"

E este texto é simplesmente coisa nenhuma... e gosto desta coisa da coisa! Tem piada!

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